UMA FESTA CAIPIRA

Não foi bem como eu achava que seria, ela superou as minhas expectativas, ela realmente aconteceu na medida certa.
Uma festa planejada em cima da hora, aquele tipo de festa que as pessoas não gostam de ir por terem que se fantasiar. Não é que a roupa precise ser especial, pelo contrário, ela precisa ser simples, colorida e brega.
Não pensei no que vestiria e fiquei todo bravinho no dia. Escolher roupa para sair sempre foi algo que me irrita muito, especialmente quando você está como a pessoa que promoveu a festa.
Peguei uma calça jeans daquelas que está na moda, aquele modelo que já vem rasgado e sua mãe fala: "Pague para mim que faço coisa melhor!", uma camisa que ganhei em um aniversário e um all star xadrez. Aparentemente a camisa não agradou as pessoas e todos me perguntaram por que o "dono" da festa não estava fantasiado, e para variar me frustrei e fui atrás de uma bendita camisa "brega", uma gravata e um chapéu de palha. Terminei com a roupa toda combinando. Todos os acessórios eram uma mistura de preto, branco e cinza.
Me senti um pouco perdido, queria dar atenção para todos e ao mesmo tempo me certificar que tudo estava sendo servido corretamente. Acho que uma festa surpresa aos 12, 13 anos me deixou traumatizado.
O que mais me alegrou foi ver algumas pessoas que já não encontrava há alguns meses. Ver os alunos se divertindo ao jogar boliche no wii, DDR do playstation, UNO, LIG 4, Karaokê e ainda rir dos meus micos no microfone me deu ânimo para aguentar fime na festa, e ainda estender com os amigos até as 4 da manhã em uma baladinha.
Inevitável pensar se gostaram mesmo, se os recados de que a festa estava boa realmente foram verdadeiros e quais seriam as críticas caso falassem.
Alguns rostos me encorajaram para cantar no karaokê mesmo tendo acordado às 7 da manhã e tendo lecionado por 4 horas sem parar. Não posso esquecer da chuva que tomei ao tentar encontrar os pinhões.
É engraçado como eu me travo ao cantar na frente de outras pessoas. Não espero ser um cantor profissional, não considero minha voz angelical, e também não tenho medo de não gostarem. Apenas acontece, ela não sai da mesma forma que parece sair quando estou em casa ou até mesmo com a professora de música.
Uma festa que deu certo e carregou um pouco do trabalho de todos, do professor que trouxe aquela televisão super pesada como se fosse um rádio de cabeceira, aquele que trouxe o karaokê e foi fotógrafo, aquela que fez os bolos super elogiados, os amendoins que como agora e um dedo em cada coisa para se colocar presente mesmo não comparecendo, aquela que nos mandou a receita do quentão lá de longe e mandou recado dizendo que estaria presente de alma, o animado que carrega seu wii e família para se divertir junto, as panelas trazidas para ajudar naquele monte de preparativos, as decorações feitas por todos...
No fim o que era para ser apenas uma festa organizada por uns poucos, se tornou em um mutirão de amigos.
Acho que afinal de contas eu tinha um medo que acabo de me dar conta. FESTAS!


Ouvindo: Dvd Mika

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